Os efeitos da música no cérebro têm sido cada vez mais desvendados pela ciência. Sua influência no cérebro pode ser vista como uma das justificativas do uso da música como terapia.
Por ativar praticamente todas as áreas corticais e subcorticais do cérebro, como muitas pesquisas têm demonstrado, a Musicoterapia pode trabalhar diversas funções terapêuticas, como a melhora da atenção, a estimulação do desenvolvimento motor e cognitivo, as habilidades comunicativas, a expressão emocional e a capacidade de reflexão.
Há importantes ganhos cerebrais nos bebês que são estimulados com música, estimulando todo o seu desenvolvimento. Além de exercitar o cérebro, o fazer musical reforça as sinapses e mantêm os neurônios em atividade. Os músicos apresentam um superdesenvolvimento de determinadas áreas cerebrais como maior quantidade de massa cinzenta, aumento do corpo caloso (responsável pela transmissão de informações entre os dois hemisférios cerebrais) e outras áreas cerebrais, associadas com o processamento auditivo, sistema motor, desenvolvimento da linguagem, emoção e memória.
Outras pesquisas mostram que cantar aumenta a atividade cerebral, desenvolvendo diversas de suas funções, ativa áreas cerebrais ligadas à atenção, às emoções positivas, à linguagem, ao prazer (ativando a mesma área responsável pelo prazer causado por drogas, sexo ou comida) além de diminuir o nível de cortisol (hormônio do estresse), liberar endorfinas, diminuir a pressão arterial, aumentar as concentrações de imunoglobulina A (hormônio responsável pelo sistema imunológico), equilibrar o sistema neurovegetativo, reforçar a atividade dos nervos parassimpáticos (responsáveis pelo relaxamento do corpo), melhorar a concentração e a memória, entre outros benefícios.
A música é capaz de evocar e provocar emoções, ativa regiões responsáveis pela produção e liberação de dopamina e noradrenalina e a amídala, principal área do processamento emocional. Ativa também o hipocampo, responsável pelas memórias, e o córtex frontal inferior, e na execução musical, ativa os lobos frontais, córtex motor e sensorial. Assim, em uma sessão de Musicoterapia, o paciente faz música junto com o musicoterapeuta e esse fazer musical ativa as áreas envolvidas com emoções, com funções intelectuais, motoras e habilidades comunicativas, sendo que o Musicoterapeuta traça objetivos terapêuticos e oferece situações musicais que podem envolver uma ou mais dessas áreas a fim de alcançar os objetivos traçados.
A Musicoterapia auxilia na estimulação sensorial, onde o paciente redescobre o contato com o meio ambiente ao seu redor de forma prazerosa, na orientação da realidade, com canções relacionadas ao tempo e espaço, no aumento da autoestima, quando consegue realizar uma atividade com sucesso, no bem estar, diminuindo o estresse e a ansiedade, além de diminuir a quantidade de medicação e auxiliar o paciente a se engajar no tratamento.
Traz benefícios também no alívio da dor, aumentando o nível de resistência à dor, e, por envolver todo o cérebro, é eficaz na reabilitação, recuperando funções, como na reabilitação da fala, onde a pessoa pode não conseguir falar, mas consegue cantar e recuperar parcialmente ou totalmente a fala. Na reabilitação motora, através do ritmo, a Musicoterapia auxilia na marcha, pois há uma reação motora inconsciente a estímulos acústicos, que facilita o andar. Além disso, a Musicoterapia se mostra eficaz em diminuir movimentos involuntários.
No Transtorno de Espectro Autista, a atividade musical é capaz de organizar as redes de neurônios interconectados, já que essas pessoas apresentam uma desorganização nas redes neuronais, e ativar os neurônios espelho, que apresentam menor atividade. Além de melhorar a interação social, promover autonomia, entre outros benefícios.
Para concluir, a música apresenta uma incrível influência no cérebro que auxilia em diversas patologias e se mostra eficaz como terapia, abrangendo todos os níveis do desenvolvimento e aumentando a qualidade de vida das pessoas que procuram a Musicoterapia.
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